vantagem de uma boa alimentação caseira para o seu pet
As gerações mudam, as orientações de cuidados também, mas o amor e o sabor da comida caseira são
sempre os mesmos e atiçam o olfato e o paladar dos nossos companheiros de quatro patas. Entenda
porque a alimentação natural está tão em alta, quais seus benefícios e quais os cuidados para substituir a
ração por um bom prato de comida
Tem pouco tempo que os veterinários passaram a recomendar a
substituição total da comida caseira pela ração seca na dieta de
nossos animaizinhos. A explicação era simples e extremamente
importante: cães e gatos chegavam a seus consultórios com
raquitismo, deficiência nutricional generalizada, osteopenia (perda de
massa óssea por deficiência de cálcio) e desnutridos. Isso porque
havia uma tendência de oferecermos a eles os restos de nossas refeições. Mesmo quando preparávamos
algo específico para os bichinhos, utilizávamos resíduos como cascas de legumes, acrescidos de arroz,
polenta e alguma opção de carne. O que resultava dessa mistura toda era uma dieta desequilibrada, sem
o devido balanço nutricional, pois haviam alguns nutrientes em excesso e outros em deficiência. A regra,
então, passou a ser “dê apenas ração, pois é só o que eles precisam”, já que se tinha uma diversidade de
opções adequadas para todas as necessidades de cada tipo de animal – filhotes, adultos e idosos; porte
mini, pequeno, médio e grande; e assim por diante.
Mas com o tempo, tutores e até mesmo veterinários começaram a questionar alguns pontos, uma vez que
o cenário mudou. Com nossas vidas cada vez mais corridas, as casas menores e até o desconhecimento
sobre a composição e a fabricação das rações surgiram efeitos colaterais importantes, como a obesidade
dos animais. “A troca da comida caseira pela ração, na mesma quantidade diária, a falta de exercício físico
e os espaços restritos levaram os cães e os gatos domiciliados à obesidade”, revela Manuela Fischer,
médica-veterinária, mestre e doutora em Nutrição Animal. “É que o alimento caseiro tem entre 60% e 70%
de água, enquanto a ração tem apenas 10%, por ser concentrada e, consequentemente mais calórica.
Então é diferente o animal comer 500g de ração e 500g de comida caseira.”
Foi aí que se viu a retomada da alimentação natural, preparada exclusivamente para os animais,
balanceada e suplementada. “O cachorro, por exemplo, necessita diariamente de 40 nutrientes
provenientes da alimentação, com suas quantidades corretas. Dificilmente conseguimos contemplar
todos, pois a variação de ingredientes não é tão rica quanto a dos seres humanos. Comemos
diferentes de todos os grupos alimentares indicados pelos
nutricionistas em três ou quatro refeições, e poucas vezes usamos
suplementos para alcançar os níveis adequados de alguns nutrientes.
Agora imagina variar duas a três vezes por dia a dieta de um cão. É
bem difícil! Por isso a importância de uma correta suplementação”,
enfatiza a doutora Manuela, que também é professora e
coordenadora em cursos de nutrição de cães e gatos e responsável
técnica da empresa PETPAPÁ, que produz alimentos congelados para
cães e gatos. O que acontece é que normalmente o tutor cozinha a mesma dieta para vários dias ou até
meses, e cada vez que ele muda algum ingrediente, altera também a formulação. Por isso não é
recomendado a mudança da dieta ou variação de ingredientes sem antes solicitar nova formulação ao
nutricionista.
A doutora Manuela conta que o alimento caseiro, por ser rico em água e de baixa caloria, permite que o
animal consuma maior volume, ficando mais saciado e deixando o tutor mais satisfeito ao vê-lo comendo
bem e bastante. “A palatabilidade é incontestável, mas tenho pacientes que consomem alimentação
natural e eventualmente pedem ração, pois gostam da crocância dela. Uma solução foi a mistura dos dois
tipos de alimentos, suprindo 50% da necessidade do animal com ração e 50% com comida caseira
completa e balanceada, em uma quantidade correta de cada alimento. Dessa forma eles têm a
palatabilidade e o prazer de comer o alimento caseiro com carninha, arroz e outros ingredientes, mas
também a crocância e o cheiro da ração que gostam.”
Um ponto importante é a transição da alimentação. Segundo Juliana Bechara Belo, médica-veterinária e
sócia da LA PET CUISINE, é fundamental ter um período de 5 a 7 dias no qual parte da ração é substituída
pela nova alimentação, aumentando gradativamente a quantidade de comida em relação à de ração. “A
troca brusca pode levar a transtornos gastrointestinais”, ressalta. Sobre os benefícios, a doutora Juliana é
incisiva: “Alimentos úmidos aumentam a ingestão de água de forma involuntária e apresentam alta
digestibilidade e palatabilidade. Sabor, textura e aroma facilitam a aceitação e a ingestão pelos animais,
aumentam a salivação facilitando a digestão e o trânsito gastrointestinal”.
É bom saber que não existe diferença entre oferecer uma
alimentação natural feita em casa ou uma congelada encomendada
nas empresas especialistas em comida para pet, tal como a La Pet
Cuisine. De acordo com a doutora Juliana, que também é mestra e
doutora em Anestesiologia Veterinária e professora de
Veterinária, a proposta é oferecer praticidade para quem quer alimentar seu cão ou gato com a
alimentação natural. “Nossos pratos e dietas já são suplementados com vitaminas e minerais, ou seja, são
alimentos completos.” Mas faz uma ressalva: “É importante dizer às pessoas que preparam os alimentos
em casa que as dietas devem ser formuladas por nutrólogos para oferecer aos peludos uma alimentação
balanceada e completa, com todos os nutrientes necessários. Isso exige a pesagem precisa dos
ingredientes e suplementos”.
A doutora Manuela esclarece ainda que o especialista em nutrição pode ser zootecnista ou veterinário.
Mas, atenção, caso seu pet tenha qualquer diagnóstico de doença, o especialista deve ser um médicoveterinário, pois é preciso que ele conheça o processo da doença e formule uma dieta específica a fim de
colaborar com a melhora e/ou seu controle. “Para um animal diabético, por exemplo, é necessário reduzir
o índice glicêmico, então podemos usar ingredientes que promovam uma digestão mais prolongada e
com menores índices glicêmicos, como batata doce, lentilha, vagem, abobrinha e outros ricos em fibras.
Para um paciente com doença renal crônica existe a restrição ao fósforo e, nesse caso, formulo uma dieta
com baixo teor desse mineral. Como a carne é o ingrediente que mais fornece fósforo, a dieta deve
conter baixa proteína”, comenta. Ela também destaca que a alimentação natural é ótima para animais que
sofrem com urolitíase, que são os cálculos de bexiga. “Um dos fatores que podem levar à formação de
cálculos urinários é o consumo de alimento seco associado ao baixo consumo de água, reduzindo a
produção de urina que, concentrada, predispõe à urolitíase. No caso do alimento úmido, o animal
também está ingerindo água, diluindo a urina e aumentando a frequência urinária, reduzindo, assim, o
risco de formação de cálculo”, finaliza.
Nesta matéria, nosso foco foi a alimentação natural cozida. Mas não vamos deixar de falar sobre o
conceito de alimentação natural crua e trazer informações importante sobre as rações.
fonte: readaptado do e book comidinha natural é tudo de bom :Dra Manuela fischer ,visite o site e você vai encontrar artigos fabulosos de como cuidar melhor de seu pet
Dra. Manuela Fischer - Veterinária PhD em Nutrição Animal (veterinarianutricionista.com.br)
http://www.curtopets.com.br/comidinha-natural-e-tudo-bom/